Uma das coisas que eu mais amo e admiro nessa vida é a sinceridade de uma criança. Já passei da fase de ser adulta. Já cansei de compactuar com as “verdades indiscutíveis” das grandes futilidades intelectuais.
Decidi ser criança até a senilidade. Quero gargalhar sem medo de rótulos, quero viver a vida degustando cada segundo, como se fosse um gigante brigadeiro a ser devorado antes do almoço.
Quero sentir cada passo. Quero pular amarelinha até chegar no céu.
Cansei de ser politicamente correta. Quero ser apenas feliz, sem necessitar de títulos para comprovar a minha capacidade. Quero ser criança e chorar quando estiver com medo. Quero ser menina e pedir colo quando a vida não for assim, tão boa comigo. Quero perdoar sem mágoa, quero abraçar sem culpa, quero amar sem esperar retorno...
Cansei de esperar aprovação. Quero ser eu mesma, com minhas virtudes e com meus defeitos, com minhas superações e com minhas dificuldades, com meus amores e com meus desafetos, com minhas gargalhadas e com minhas lágrimas, com meus pesadelos quase reais e com meus sonhos quase infantis.
Cansei de sorrir com o coração apertado. A partir de agora quero demonstrar somente o que meu interior vivenciar. Quero mostrar o que eu não gostei, quero falar quanto eu amei, quero gritar ao mundo o quanto eu cresci...
Cansei de andar sozinha, quero brincar de pique e me esconder do mundo quando for preciso. Cansei de comprovar aos outros a minha real idade cronológica. Quero que todos vejam que eu não estou nem aí para falatórios e muito menos para julgamentos...
Quero mesmo é assoviar aos ventos do improviso, nadar contra as correntezas do mundo, mergulhar os pés nas enxurradas da vida e rodopiar, alegremente, pela simplicidade da chuva, sem medo dos olhares eletrizantes dos raios que os partam...
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